Não se sabe se é ave ou borboleta. Não se sabe se é Sandra Bonita ou Maria Belê. O que se sabe e pelo que se ouve é que quando ela canta é como se todas as quedas d'água bramissem juntas. É como se uma trovoada ecoasse para as bandas de Zabelê, pelas quebradas do Sertão.
E quando ela dança e pelo jeito que se move - feito ave - mexe os braços como quem ensaia um voo e avoa mesmo! Quando borboleta: gira suave, rodopia, ziguezagueia. Seus traços se esquivam, é como se escorregassem sorrateiros entre mandacarus, Xiquexiques e Jerimuns.
O seu pisoteado remete às pegadas dos cangaceiros pelas caatingas, percrustando o solo batido, buscando arrancar dele os mais polidos sons, as mais ricas rimas, o ritmo exato. Remete às andanças de Maria Bonita, à beleza e caboclice de mulher forte, resistente, trigueira.
Traz consigo todas as suas origens das quais se orgulha com carinho quando se descreve: -“Nasci em Zabelê, uma cidade do interior da Paraíba. Lá vivi minha infância, minha adolescência e começo da minha fase adulta. Tudo que Zabelê me deu eu guardei na imaginação. As cantigas do Reisado, a voz do aboiador, o som do carro de boi, os banhos de açude, o som da sanfona do meu pai e o entrelaçar de linhas da minha mãe”.
Em seu novo CD, pulando entre um e outro verso redescobre suas origens, mergulha em sua infância e emerge trazendo os sons dos guizos dos Reisados, o colorido dos Pastoris. De um salto a outro é Pastorinha! Mestra e Contra-Mestra, é Diana enlaçando dois Cordões. E num tecer incansável, pulando sílabas, brincando de amarelinha sobre os versos que evoca: a Borboleta rodopia, vira Cigana, depois Palhaço.
E assim, defendendo suas cores, quer seja Anjo ou Pastora é uma Estrela multifacetada. Em suas raízes há misturas diversas: são cocos e cantigas, aboios, benditos e forrós. É uma borboleta brincante multicor. De cuja cor e de cujo som se extraiu a pura e total cristalização: ENCARNADOAZUL.
Esta é a cor do som de Sandra Belê! É a beleza de Zabelê expressa em um dos anagramas mais bem representados! É beleza pura, é Belêza rara!
Geneceuda Monteiro - 09 de maio de 2011
E quando ela dança e pelo jeito que se move - feito ave - mexe os braços como quem ensaia um voo e avoa mesmo! Quando borboleta: gira suave, rodopia, ziguezagueia. Seus traços se esquivam, é como se escorregassem sorrateiros entre mandacarus, Xiquexiques e Jerimuns.
O seu pisoteado remete às pegadas dos cangaceiros pelas caatingas, percrustando o solo batido, buscando arrancar dele os mais polidos sons, as mais ricas rimas, o ritmo exato. Remete às andanças de Maria Bonita, à beleza e caboclice de mulher forte, resistente, trigueira.
Traz consigo todas as suas origens das quais se orgulha com carinho quando se descreve: -“Nasci em Zabelê, uma cidade do interior da Paraíba. Lá vivi minha infância, minha adolescência e começo da minha fase adulta. Tudo que Zabelê me deu eu guardei na imaginação. As cantigas do Reisado, a voz do aboiador, o som do carro de boi, os banhos de açude, o som da sanfona do meu pai e o entrelaçar de linhas da minha mãe”.
Em seu novo CD, pulando entre um e outro verso redescobre suas origens, mergulha em sua infância e emerge trazendo os sons dos guizos dos Reisados, o colorido dos Pastoris. De um salto a outro é Pastorinha! Mestra e Contra-Mestra, é Diana enlaçando dois Cordões. E num tecer incansável, pulando sílabas, brincando de amarelinha sobre os versos que evoca: a Borboleta rodopia, vira Cigana, depois Palhaço.
E assim, defendendo suas cores, quer seja Anjo ou Pastora é uma Estrela multifacetada. Em suas raízes há misturas diversas: são cocos e cantigas, aboios, benditos e forrós. É uma borboleta brincante multicor. De cuja cor e de cujo som se extraiu a pura e total cristalização: ENCARNADOAZUL.
Esta é a cor do som de Sandra Belê! É a beleza de Zabelê expressa em um dos anagramas mais bem representados! É beleza pura, é Belêza rara!
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