quarta-feira, 10 de abril de 2013

Das Estrelas, flor e luz...



A Estelita Cardoso, pelos seus 80 anos

Nem faz muito tempo assim, ou faz? Parece que foi ontem que ouvi aquela voz em um dos corredores da vida... “Neguinha, neguinha você quer ser recepcionista dos Congressos de Betinha Marinheiro?”

De pronto, acho que nem pensei, disse apenas quero, quero sim... Foi a partir de então que tive meus primeiros contatos com Estelita Cardoso. Uma mulher contagiante cujo nome é uma das derivações de Estela, ESTRELA em Latim, carinhosamente diminuta: Estelita.


E deve ser muito bom ter um dos ícones mais representativos encravados desde sua gênese. Desde sempre ter a natureza de ser estrela, ser incansavelmente incandescente! E como tal, brilhar, liberar toda a energia que a atravessa e irradia-la a sua volta. É assim que fazem as estrelas.


E mais, dizem os estudiosos que algumas de suas características são determinadas pela história de sua evolução. E com Estelita não poderia ser diferente, todos vocês que aqui estão, são presentes representativos e determinantes dessa história, fragmentos luminosos que orbitam em sua volta ao longo desses 80 anos de evolução constante e incandescente. 


Por falar em incandescência, de fato nenhum significado a acentua mais do que aquela que brilha, que tem luz própria, que reluz! E brilhar por si só não é dádiva de muitos! E também brilhar não é o bastante! Importa iluminar! Iluminar é ser lume exato, suave! É feminino! Iluminar não ofusca o brilho alheio, não queima, não incinera! Sol, Lua e estrelas brilham. Mas o Sol queima, apaga as estrelas, reprime a Lua...


A Lua acende a noite, ilumina o céu sem impedir que as pequenas estrelas desfilem seu brilho... É assim que ESTELITA BRILHA, ILUMINANDO feito Lua, nos bastidores, por traz da coxia, espargindo sua criatividade e disposição para que os outros brilhem igualmente, espalhando seus tons, suas cintilâncias, suas sutilezas. 

http://www.betacarinae.com/2012/08/gigante-vermelha-o-que-e-como-evolui.html
De novo sobre as estrelas, o melhor delas acontece com o passar dos anos, quando seu estoque de energia vai se exaurindo, elas se reciclam, desenvolvem uma casca externa e transformam-se nas gigantes vermelhas. Estrelas com raios dezenas ou centenas de vezes maiores do que o Sol. Taí, dona Estelita Cardoso, as estrelas não envelhecem, elas se reinventam. 


É isso que lhe desejo nessa noite especial! Que se reinvente! Que continue sendo lume, feito flor que inebria, feito pão que alimenta, feito água que sacia – A luz é como a água – é o bendisse Betinha Marinheiro citando o grande poeta. 


Siga sempre assim! Com sua alma benfazeja, com seus olhinhos inquietos sempre muitos apressados. Humanamente estrela, estrelamente humana, feita de brilhos e gestos, farta de seiva e pão. Brilha brilha Estrelita... À luz de teu brilho nós também nos reinventamos! Presos a tua luz, vamos aprendendo a ser flor, ser raiz e ser chão!                   


Felicidades!

Geneceuda Monteiro – 06 de abril de 2013.